“Apesar da maioria dos linfedemas ser a manifestação clínica de uma doença incurável, muito se tem a oferecer para os portadores de distúrbios da circulação linfática a fim de se evitar a evolução para os estágios avançados e deformantes da doença. A reabilitação desses doentes é um fato incontestável para manter uma qualidade de vida em níveis aceitáveis e promover a socialização de todos aqueles que possuem algum grau de deformidade de um segmento corpóreo”
Dr. José Luiz Cataldo.
O que é?
Linfedema é uma doença crônica que se manifesta pelo acúmulo de líquido intersticial. O líquido intersticial é um filtrado do plasma proveniente dos capilares. Seu conteúdo é quase igual ao plasma, mas difiere dele em uma concentração mais baixa de proteína. e alterações teciduais ocasionado por uma insuficiência da circulação linfática.
As características mais comuns aos linfedemas são:
- Insuficiência mecânica
- Redução da capacidade de drenagem do sistema linfático
- Volume normal de líquido intersticial
- Edema com alta concentração de proteínas
- Insuficiênica dinâmica
- Volume de líquido intersticial que excede a capacidade de drenagem do sistema linfático
Classificação etiológica do linfedema
Linfedema Primário
Causado por lesões no sistema linfático em decorrência do tratamento de câncer, infecções, traumatismos, cirurgias e outras etiologias.
Primário congênito: presente do nascimento ao segundo ano de vida
Primário precoce: manifestação entre o nascimento e 35 anos de idade.
Primário tardio: manifestação após os 35 anos de idade
Linfedema secundário
É causado por lesões no sistema linfático em decorrência do tratamento de câncer, infecções, traumatismos, cirurgias e outras etiologias.
Epidemiologia
Aumento da incidência das doenças neoplàsias(neo = novo + plasia = formação) é o termo que designa alterações celulares que acarretam um crescimento exagerado destas células, ou seja, proliferação celular anormal, sem controle e autonomia, na qual reduzem ou perdem a capacidade de se diferenciar, em consequência de mudanças nos genes que regulam o crescimento e a diferenciação celulares. A neoplasia pode ser maligna ou benigna.. Estima-se atualmente uma prevalência de 450 milhões de portadores de distúrbios da circulação linfática, ou seja: 15% da população mundial.
Diagnóstico
1. Clínico (Anamnese = A anamnese, em síntese, é uma entrevista que tem por objetivo trazer de volta à mente todos os fatos relativos ao doente e à doença. e Exame Físico)
2. Linfocintilográfico: Exame que utiliza um isótopo radioativo-Tecnécio 99m, agregado a uma macromolécula-Dextran 500, e é injetado no espaço interdigital.
Objetivos do tratamento
- Reduzir o edema intersticial
- Diminuir as complicações
- Retardar a evolução para formas avançadas
- Recuperar a funcionalidade do membro
- Minimizar o impacto psicosocial
Tipos de tratamento
- Contenção elástica (enfaixamento elástico e meias elásticas)
- Contenção inelástica
- Drenagem linfática manual (forte presença dos fisioterapeutas)
- Compressão pneumática sequencial: Método físico que utiliza como princípio de ação os efeitos de compressão pneumática para a condução da linfa estagnada.
- Tratamento das lesões de pele
- Exercícios miolinfocinéticos
- Tratamentos medicamentosos e cirúrgicos (cirurgia convencional e lipoaspiração)
Observações
a) Antecedentes de erisipelas podem ser causa de linfedema ou agravar os pré-existentes.
b) Lipodistrofia associada a uma displasia linfática e linfedema.