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2 de nov. de 2010

Drenagem Linfática: 100 dúvidas a respeito - 5ª parte

A – corte histológico dos vaso linfáticos em pequeno aumento; B – corte histológico de vaso (endoté;lio) linfático; C- esquema do interstício.

81. O que é linfangite?
  • A linfangite é o processo inflamatório dos vasos linfáticos, podendo ter origem bacteriana, por micose interdigital ou ferimento na pele, viral, fúngica ou parasitária por leishmaniose, filariose, toxoplasmose e oncocercose.
82. Quais os sintomas e sinais físicos de uma linfangite?
  • Os sintomas mais comuns das linfangites são a presença de estrias avermelhadas e quentes, na pele correspondente  ao trajeto dos vasos linfáticos, e calor, dor local, adenomegalia (aumento dos linfonodos) inguinal (íngua), febre e edema (inchaço). Exemplo, na linfangite da perna os sinais inflamatórios corre longitudinalmente na perna, estendendo-se desde a lesão cutânea até a virilha, onde surge os linfonodos reacional (ingua).
83. Como os linfáticos são orgãos de defesa imunológica, tem necessidade de se tratar as linfangites?
  • Sim, as linfangites deverão ser tratadas de forma intensiva, pois, caso contrário, poderá se instalar o linfedema (elefantíase), que, muitas vezes, adquire proporções dramáticas, levando a danos irreversíveis, como vimos nas dúvidas anteriores.
84. Então os linfedemas e as elefantíases pode resultar de linfangites mal curadas?
  • Sim esta é a principal causa de elefantíase.
85. O linfedema é resultande de vários surtos de linfangite?
  • Não, uma só crise já pode levar ao linfedema.
86. Como é feito o tratamento da linfangite?
  • O tratamento deverá incluir repouso com elevação do membro afetado, curativos diários quando necessário, antibióticos, linfocinéticos (drogas que atuam nos vasos linfáticos), flebotônicos (drogas que atuam nas veias) nos casos em que houver insuficiência venosa associada, analgésicos (drogas contra a dor) e antitérmicos (drogas contra a febre).
87. Como pode surgir uma linfangite?
  • A linfangite é resultante de infecções da pele, resultante de pequenos traumatismos, arranhões e micoses interdigitais.
88. Como previnir as linfangites?
  • A prevenção depende de uma boa higiene, sobretudo dos pés, local que mais causam erisipela e linfangite, que atinge as pernas.
89. A depilação e sapatos de salto alto podem ocasionar linfangites?
  • Sim, a depilação, os sapatos apertados, calos, unhas encravadas podem ocasionar lesão na pele e provocar infecção como linfangites e erisipela. O uso contínuo de sapatos de salto alto proporciona  varizes nas pessoas com tendência familiar e as varizes podem resultar em linfangites e linfedemas.
90. As varizes podem ocasionar linfedemas?
  • Sim, as veias doentes prejudicam a drenagem venosa dos membros inferiores, levando as complicações da doença, que clinicamente se expressa por: acentuação dos trajetos varicosos; hiperpigmentação cutânea (manchas ocres) ocasionada pelo extravasamento de sangue no tecido subcutâneo, eczema varicoso provocado pela presença de hemoglobina livre no tecido subcutâneo, que causa processo inflamatório crônico neste tecido. O sistema linfático, por sua própria característica procura drenar este material excedente, material esse que em excesso ocasiona dificuldade na drenagem linfática e conseqüente linfedema.
91. Quais as medidas gerais que auxiliam na prevenção e tratamento do linfedema?
  • Para o bom resultado do tratamento do linfedema, algumas medidas gerais devem ser consideradas, tais como: emagrecer, praticar exercícios físicos (preferencialmente a natação, a hidroginástica e as caminhadas), evitar o uso de anticoncepcionals, evitar ficar de pé parado por muito tempo, não usar cintas abdominais apertadas, ingerir dieta rica em fibras e corrigir problemas ortopédicos.
92. A inflamação das artérias (vasculites) podem ocasionar linfangite e linfedema?
  • Sim, a inflamação das artérias (recebe o nome de arterites), podem ocasionar inflamação dos vasos linfáticos próximos. O mesmo pode ocorrer com as veias que recebe o nome de flebite.
93. O que é vasculite?
  • O termo é genérico, mas é utilizado para denominar um grupo de doenças caracterizadas por inflamação ou necrose da parede do vaso sanguíneo (arteríola ou artéria) com manifestações clínicas variadas.
94. O que pode causar a vasculite?
  • As vasculites podem ser causadas por vários fatores (ou agentes) sendo os muito comuns os agentes infecciosos (bactérias, vírus, protozoário, etc) agindo diretamente na parede do vaso. Ou podem ser drogas os agentes (penicilina, quinina, antibióticos vários, etc). Ultimamente têm sido comum as vasculites, pelo uso de drogas ilícitas (heroína, cocaína, etc).
95. Quais os sintomas das vasculites?
  • Considerando que quase todos os vasos do corpo podem ser atingidos pelas vasculites, não é de surpreender a riqueza e variedade do quadro clínico observado nas vasculites. As vasculites podem se apresentar com um quadro clínico pouco característico, como febre de origem desconhecida, perda do apetite, fadiga, mal-estar geral, suores noturnos, hipotensão, dores fortes nas articulações ou nos músculos. Por vezes aparecem lesões na pele (nódulos, enfartamento, púrpura) ou até úlceras cutâneas, geralmente nas pernas ou braços.
96. Qual o tratamento para as vasculites?
  • O tratamento para as vasculites é específico para o agente causador. Exemplo, vasculite bactériana é tratada com antibióticoterapia.
97. O que causa oclusão dos ductos linfáticos?
  • A oclusão dos ductos linfáticos, que resulta no acúmulo anormal de líquido intersticial nas partes afetas, geralmente é secundário a disseminação de tumores malignos; ou procedimentos cirúrgicos radicais como remoção de grupos de linfonodos regionais; ou fibrose pós radioterapia; ou filariose; ou fibrose pós-inflamatória.
98. A linfa pode ficar acumulada nas cavidades corporais normais?
  • Sim, a linfa pode se acumular na pleura – quilotórax; na cavidade abdominal – ascite quilosa; e no pericárdio – quilopericárdio.
99. Quais as causas desses tipos especiais de acúmulo de linfa?
  • A ascite quilosa, o quilotórax e o quilopericárdio são provocados por rutura dos linfáticos dilatados e obstruídos no peritônio, na cavidade pleural ou no pericárdio, geralmente em conseqüência de obstrução de linfáticos por massa tumoral infiltrante.
100. Qual o papel do tratamento psicológico?
  • O suporte psicológico é fundamental para esses pacientes, minimizando o impacto que essa doença causa na imagem do paciente.
Referências:
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José Maria Pereira de Godoy
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