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28 de set. de 2010

Drenagem Linfática: 100 dúvidas a respeito - 3ª parte



41. Como reconhecer o linfedema?
  • A história clínica e aspecto da área acometida indicam o diagnóstico de linfedema. Além do edema endurecido, pouco depressível à compressão digital, o aspecto da pele (hiperceratose, verrucosidades, fistulas, úlceras, elefantíase, deformidades das unhas), e grande volume da área afetada confirmam o diagnóstico. A história clínica indica as possíveis etiologias.
42. Como os exames de imagem fecham o diagnóstico?
  • Apesar do diagnóstico de linfedema ser basicamente clínico, a obtenção de imagens radiológicas e de ultrassonografia permitem melhor compreensão dos fenômenos patológicos envolvidos e excluir outras causas de edema.
43. Como se estuda os vasos linfáticos afetados?
  • O estudo dos vasos linfáticos é feito pela linfografia e pela linfocintilografia. A linfocintilografia é, atualmente, o exame de escolha para estudar a anatomia e função dos vasos linfáticos. É um exame pouco  invasivo e de fácil realização.
44. Como deve ser o tratamento do linfedema?
  • O linfedema como todas doenças crônicas debilitantes deve ser vista e assistida por equipe multidisciplinar adaptada às exigências do tratamento. O tratamento envolve várias etapas, desde o apoio psicológico, tratamento farmacológico, fisioterápico e cirúrgico.
45. Que medidas gerais auxiliam no tratamento do linfedema?
  • O linfedema deve ser entendido com doença crônica que necessita de implementar mudança no estilo de vida para se obter um melhor controle. Não existe cura, mas controle. Da mesma forma, como ocorre com as doenças crônicas, hipertensão arterial, diabetes, artrite, etc. Perda de peso se a pessoa for obesa, evitar alcool, fumo, excesso de sal, roupas apertadas nas coxas e cintura. Procurar exercitar-se com nadar e pequenas caminhadas, pois melhoram o fluxo linfático residual.
46. O tratamento do linfedema é fundamentalmente medicamentos?
  • Não, o tratamento medicamentoso é considerado adjuvante no tratamento do linfedema, visando diminuir o edema, tratar e previnir infecções.
47. Quais os medicamentos que podem ser utilizados no controle do linfedema?
  • Atualmente, está indicada a utilização de antiinflamatórios não hormonais, corticóides, benzopironas, cumarínicos e venotônicos.
48. Qual a papel dos diuréticos?
  • Os diuréticos podem ser empregados, em alguns pacientes, nas fases iniciais da doença. Porém, são pouco utilizados, pois podem causar complicações, como hemoconcentração (perda da relação entre o número de globulos vermelhos e o volume de plasma), e ter efeitos deletérios locais, pelo aumento de proteínas no interstícios.
49. Como age as benzopironas?
  • As benzopironas têm ação de quebras as proteínas de grande peso molecular (ação proteolítica), através da ação dos marcófagos, facilitando a remoção dessas proteínas dos tecidos e diminuindo sua concentração no interstício.
50. Quando deve ser usado os antiinflamatórios não hormonais?
  • Os antiinflamatórios não hormonais devem ser utilizados quando clinicamente e laboratorialmente detectamos porcessos inflamatórios na região do linfedema.
51. Qual o papel dos corticóides?
  • Apesar dos corticóides reterem líquido no organismo, nos linfedemas eles ajudam diminuindo ao aprecimento da fibrose, nesses locais.
52. Como os vasotônicos agem nos linfedemas?
  • Substâncias vasotônicas extraidas de plantas, como curamina, rutina, diosmina e hespiridina, agem aumentando o calibre dos vaso e o fluxo linfiático. Tanto isoladamente, como em associação entre elas.
53. Como é o tratamento fisioterápico?
  • O tratamento fisioterápico do linfedema consiste na utilização de inúmeras técnicas, sendo a drenagem linfática a mais empregada. As demais técnicas que auxiliam na obtenção de melhores resultados são: terapia física complexa descongestiva, autodrenagem linfática com roletes, contenção elástica com compressão e pressão pneumática intermitente.
54.O que é a Fisioterapia Complexa Descongestiva?
  • A técnica da Fisioterapia Complexa Descongestiva foi estabelecida por Földi em 1979 e constava de tratamento compreendendo duas fases. A primeira fase se constituía de higiene e cuidados com a pele e tratamento de micoses, massagem de drenagem manual, compressão por bandagem e exercícios linfocinéticos. Nos casos de linfedemas avançados (grau 3), a repetição em tratamento de duas a três vezes ao ano, o que constituía a fase 2. Em todos os casos era prescrita a colocação de malha compressiva elástica. A partir daí, várias escolas europeias, americanas e australianas desenvolveram tratamentos baseados no método Földi, apresentando algumas diferenças técnicas, mantendo, porém, as bases do tratamento.
55. Quais são os tipos de drenagem linfática?
  • Atualmente a  drenagem linfática manual está representada dos duas técnicas; a técnica de Leduc e a técnica de Vodder.
56. Quais as manobras básicas da drenagem linfática?
  • Existem básicamente três formas de manobra: 1. Manobra de captação – realizada diretamente sobre o local edemaciado, visando aumentar a captação da linfa pelos capilares linfáticos; 2. Manobra de reabsorção – esta manobra acontecem nos pré-coletores e coletores linfáticos, responsáveis pelo transporte da linfa captada pelo capilares linfáticos; 3. Manobra de evacuação – atuando nos linfonodos que recebem a confluência dos coletores linfáticos.
57. A manobra pode ser realizada por qualquer pessoa?
  • Não, este procedimento é altamente especializado, necessitando de profundo conhecimento dos pontos de drenagem linfática. A atuação do profissional requer uma técnica capaz de realizar uma massagem com pressões suaves, lentas e rítmicas, seguindo o trajeto do sistema linfático acometido.
58. Como é a Técnica de Leduc?
  • A técnica de Leduc sugere a seguinte combinação: cuidados com a pele, massagem de drenagem manual, enfaixamento compressivo inelástico, bomba compressiva intermitente com pressão inferior a 40mmhg, exercícios linfocinéticos e malha compressiva após o término do tratamento. Leduc determina que a massagem seja tecnicamente individualizada, e que a estimulação deverá ser realizada somente nas regiões onde houver linfonodos para serem estimulados. O curso usual de tratamento descrito por ele, começa com cinco sessões semanais e vai diminuindo progressivamente até uma sessão semanal, podendo se prolongar por meses. O melhor resultado se dá nas primeiras duas semanas.
  • A técnica de Leduc utiliza cinco movimentos:
  • 1. Drenagem dos linfonódios: inicia-se mediante contato direto dos dedos indicador e médio do terapeuta com a pele do paciente, ou com as mãos sobrepostas. A manobra é realizada com uma pressão moderada e rítmica, estando baseada no processo de evacuação
  • 2. Círculo com os dedos: utiliza-se desde o dedo indicador até o mínimo (os movimentos são leves, rítmicos e obedecem a uma pressão na área edemaciada, seguindo o sentido dos vasos linfáticos.
  • 3. Círculo com o polegar: é realizado somente com o polegar.
  • 4. Movimentos combinados: combinação dos dois movimentos descritos anteriormente, com o polegar e com os outros dedos.
  • 5. Pressão em bracelete: o sentido da drenagem deve ser distal para proximal, sendo que a pressão deve ser intermitente e obedecer ao sentido da drenagem.
59. Como é a técnica de Vodder?
  • A técnica de Vodder basea-se em 4 tipos de movimentos:
  • 1. Círculos fixos: coloca-se a mão espalmada sobre a pele e, com os dedos, realizam-se movimentos circulares, efetuando uma pressão/descompressão.
  • 2. Movimento de bombeamento: as mãos são colocadas no tecido a ser drenado, iniciando-se movimentos ondulatórios, com pressões decrescentes na palma para os dedos.
  • 3. Movimento do “doador” : é iniciado com as palmas das mãos posicionadas perpendicularmente às vias de drenagem, sendo baseado em manobras de arraste envolvendo uma combinação de movimentos.
  • 4. Movimento giratório ou de rotação: é empregado em superfície planas. O posicionamento das mãos depende da seqüência realizada. Podem ser posicionadas proximal ou distalmente, seguindo sempre o fluxo de drenagem.
60. Qual o melhor tratamento para o linfedema?
  • O melhor tratamento é o diagnóstico precoce e prevenção das complicações. O tratamento bem planejado e orientado demonstrou ser capaz de controlar a grande maioria dos casos, sobretudo nas fases iniciais da doença antes que ocorram as alterações irreversíveis dos tecidos.

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